A Voz Em Sua Cabeça É Realmente Sua?

Por Ganesh Ishaya

Você conversa consigo mesmo?

 Quem não, certo? Eu sei que o fazia desde sempre, pelo que me lembro. Chegou até o ponto em que eu tinha uma discussão completa, imaginando cenários diferentes na minha cabeça, sempre tendo a resposta perfeita e revisando repetidamente para ensaiar a resposta ideal.

Mas qual é o objetivo do diálogo contínuo comentando, dando sua perspectiva sobre o que "eu" estava experimentando? A crença era que a conversa interna guiaria e confirmaria que eu estava tomando as decisões certas.

Isso é normal? A pergunta, que acredito ser raramente discutida, é se o "autodiálogo" com o qual nos envolvemos é apenas um hábito ou algo que vem de uma fonte mais significativa? Para mim, a voz crítica era um visitante regular. Não era tanto o incentivo amoroso e edificante que eu acreditaria que deveria ser. Ao escrever este artigo, estou engajado com "Essa Voz". Todos a conhecemos como aquela que soa como nós mesmos ou, pelo menos,  pensamos que se parece.

Por que isso importa?

Isso lhe traz felicidade, alegria e amor? Não/talvez? Eu acreditava que a função "Dessa Voz" era me guiar para o meu maior potencial. Mas é isso mesmo?

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A Voz Em Sua Cabeça Não É Você

Quando comecei a ouvir e me envolver com uma voz na minha cabeça? Não consigo me lembrar de não ter esse diálogo comigo.

Essas foram algumas das perguntas que tive quando ouvi, pela primeira vez, que o diálogo interno não tinha nada a ver com o eu autêntico.

Isso parecia impossível. Eu tenho ouvido e interagido com "ela" sempre, ou pelo menos até quando eu possa me lembrar.

"Essa Voz ou seu monólogo interno", como eu a ouço e me refiro a ela, tem uma origem surpreendente. Só posso falar disso pelo que experimentei e descobri.

Tenho lembranças vagas de ser criança e não ter qualquer voz/ diálogo interno. Talvez tenha sido porque, qualquer que tenha sido o pensamento que veio pela minha cabeça, saiu da minha boca. É preciso pouca imaginação para saber o que aconteceu a seguir em função disso

Repreensões/conversas repetidas comigo sobre como eu precisava manter esses pensamentos para mim mesmo. Eu acho que esse é o começo para a maioria de nós

Isso aconteceu com todo o conteúdo que eu encontrei em minha mente, positivo (raro) ou negativo (muito mais comum). O comentário negativo foi tão predominante que comecei a acreditar que nunca iria alcançar meus objetivos e sonhos. Era muito mais fácil absorver um diálogo bem violento, que eu criei toda a minha personalidade em torno dele. Do lado de fora, isso parecia um humor emocional muito sombrio, constantemente procurando apreciação e amor fora de mim.

Talvez você possa se relacionar com essa experiência ou com alguma versão dela.

Ainda me lembro da primeira vez em que ouvi alguém falar que "Essa  Voz" não era quem eu realmente era. Em minha cabeça, instantaneamente, algo respondeu como: "Claro, cara, tudo isso é bom para você, mas não acredito em uma palavra do que você está dizendo". Mas a experiência me ensinou algo…

Minha primeira experiência, de perceber que essa voz não tinha nada a ver comigo, foi quando eu estava meditando. Ouvi, pela primeira vez, aquela voz familiar sussurrando para mim "Ei, ótimo trabalho, quase chegamos lá". 

Abri meus olhos instantaneamente para ver se alguém estava lá. Então caiu a ficha, a menos que eu estivesse tendo uma crise psicótica; não havia dois ou mais "eus" nessa experiência. Era quase como se um pequeno fantoche estivesse lá, o tempo todo, conversando comigo e eu estava tão viciado em qualquer coisa que dizia, que eu acreditava que era eu ou era alguma orientação divina.

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Não Acredite Na Voz De Fantoche Em Sua Cabeça

Eu estava errado nas duas coisas! No momento em que comecei a ver essa voz como um fantoche, o nível de importância se dissolveu rapidamente e aqueles momentos em que eu estava apegado ao que "ela" estava dizendo, começaram a me fazer rir. Acabei vendo isso como um fantoche de meia falando comigo sobre os segredos do Universo.

Se puder, por um segundo, segure a sua mão como se um fantoche estivesse sussurrando em seus ouvidos e imagine que o boneco é apenas um fantoche bobo, feito de meias, comentando sobre sua experiência e com um diálogo interminável. Minha experiência com isso foi que tudo o que eu pensava ser importante, naquela época, desaparecia. E na maior parte do tempo, era substituído por risadas. 

Imagine se você parasse de acreditar no que o seu diálogo interno está comentando, para você e sobre você. Você pode começar a experimentar o que é real nesta vida, o que é experimentar o presente.

Qualquer envolvimento com essa voz interior é apenas uma atração e um hábito que temos, levando-nos ao passado ou ao futuro.

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Fica muito doido se você estiver disposto a brincar um pouco; pegue seu boneco de meia, coloque-o na mão agora, segure-o na sua frente e comece a se engajar com ele. Use o diálogo típico no qual você se torna consciente dele e, muito rapidamente, você verá que, agora, está conversando com uma meia na sua mão! Isso pode ser altamente divertido e fazer parecer ridículo acreditar que a orientação de uma meia possa levá-lo ao seu maior desejo.

O que posso dizer a você é que uma prática, que traz seus sentidos de volta para dentro, pode mudar rapidamente o seu relacionamento com aquele Boneco de Meia bobo, que você acredita que seja ele quem está permitindo que você se lembre de quem você é. Quem você sempre foi. Uma pequena dica - não tem nada a ver com aquela meia que soa como você.

Gosta de jogar mais? Confira os Exercícios de Assistir a Mente e os de Observação.

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